quarta-feira, 30 de março de 2011

Dos Projectos Alternativos de Mulheres aos Projetos Alternativos de Mulheres e Homens

A Associação Espaços Projectos Alternativos de Mulheres nasceu em 1988 pela mão de um grupo de cidadãs empenhadas em criar um espaço social para a emergência de projectos alternativos de mulheres. As sócias iniciais trabalhavam tanto no sector público, como privado, como em organizações da sociedade civil. Guiada por uma ética de solidariedade e sustentabilidade, a Associação teve como objectivo principal estimular a criatividade social e o eco-desenvolvimento, prestando serviços a pequenas iniciativas empresariais de mulheres, nomeadamente no sector do artesanato e da restauração. Nesta prestação de serviços, as sócias trabalhavam em equipas multidisciplinares e em sinergia com pessoas e grupos apoiados. Juntaram saberes, talentos e competências, também para organizar programas de formação junto das empreendedoras, como também junto de outros grupos profissionais, nomeadamente educadoras de infância e professoras do ensino básico. Após cinco anos de funcionamento a Associação entrou numa fase de pousio prolongado.

No trabalho desenvolvido encontram-se as raízes das dinâmicas de reflexão e intervenção social que resultaram na concretização do Projeto Literacia para a Igualdade de Género e Qualidade de Vida: Lideranças Partilhadas. E aqui se foi definindo, ao longo de múltiplas e partilhadas trajetórias de reflexão e ação, a necessidade de criação de um espaço onde as pessoas, as ideias e as práticas se pudessem cruzar continuamente para a construção de novos espaços sociais.
Torna-se, portanto, evidente que perante o desafio da revitalização da Espaços, as pessoas envolvidas no projeto agarrassem esta oportunidade para criar a base de sustentação do projeto após o seu término. Assim, as sócias iniciais interessaram-se pelo projeto Lideranças Partilhadas e acabaram por participar nas suas atividades. A equipa técnica do projeto e algumas pessoas da equipa de dinamização interessaram-se pela estória da Espaços, tendo sido propostas para sócias.

Este cruzamento de sinergias e interesses originou na reformulação do nome da Associação Espaços – Projetos Alternativos de Mulheres e Homens, bem como dos seus Estatutos. Assim se repovoou e reorientou estrategicamente a nova ESPAÇOS, plataforma de emergência de projetos alternativos de mulheres e homens comprometidas/os com a resolução criativa e sustentável de problemas sociais, alicerçadas/os na promoção da igualdade.























sexta-feira, 25 de março de 2011

Comemorando o Dia Internacional das Mulheres na Escola Secundária de Valadares: tertúlia "Ser homem. Ser mulher. Hoje"

A Tertúlia “Ser homem. Ser mulher. Hoje. A partilha de lideranças nas novas masculinidades e feminilidades”, realizada no dia 23 de Março, na Escola Secundária Dr. Joaquim Gomes Ferreira Alves, em Valadares, Vila Nova de Gaia, a convite do grupo de docentes que constituem a Oficina de Ideias, teve o intuito de comemorar o Dia Internacional das Mulheres.

Na aprendizagem pela conversa sobre valores, estereótipos e preconceitos de género que surgiu com base nas frases escritas pelo grupo de estudantes do 10º ano no início da tertúlia, pôde-se constatar a percepção de desigualdade de género que algumas raparigas demonstram ter:

“Ser mulher… é mais do que um corpo. Ser mulher é mais do que dever respeito ao homem. Ser mulher é um ser fantástico, não é apenas um sexo que deverá servir o homem de prazer. Ser mulher deve ser livre e puro, é um ser mais do que um escravo. É um ser humano”

“Ser homem… é ser masculino. Ser Homem é um ser vivo, consciente, livre e racional. Ser homem é viver como uma mulher. Ser Homem é viver em dignidade e respeito. Mais do que ser homem, é preciso ser-se Homem”

Rapariga de 15 anos, estudante de 10º ano

“Ser mulher… é ter a força de lutar pelos seus direitos e pela igualdade entre homens e mulheres”

“Ser homem… é tentar ser superior e beneficiar-se a si mesmo sem olhar às consequências. No entanto, o homem é considerado um ser de todo o respeito”

Rapariga de 15 anos, estudante de 10º ano

“Ser mulher… é ser indispensável num mundo liderado por homens”

“Ser homem… é nascer respeitado”

Rapariga de 15 anos, estudante de 10º ano


Bem como alguns rapazes:


“Ser homem… é ter respeito pela mulher”

“Ser mulher… é ser respeitada”

Rapaz de 15 anos, estudante de 10º ano


“Ser homem… é ter sentimentos, respeitar os outros, é ter liberdade”

“Ser mulher… é sofrer em momentos diferentes”

Rapaz de 15 anos, estudante de 10º ano


Porém, surgiu também a ideia de igualdade enquanto simetria:


“Ser homem… é ser pessoa de caracteres físicos e psicológicos masculinos”

“Ser mulher… é ser pessoa de caracteres físicos e psicológicos femininos”

Rapaz de 15 anos, estudante de 10º ano

“Ser mulher… é ser pessoa”

“Ser homem… é ser pessoa”

Rapariga de 15 anos, estudante de 10º ano.

terça-feira, 22 de março de 2011

Como viver melhor num mundo em mudança

No sentido de alargar o seu campo de intervenção, o projecto Lideranças Partilhadas, em parceria com a Semente de Futuro, uma Instituição Particular de Solidariedade Social com área de intervenção na freguesia de Chave, no concelho de Arouca, realizou duas sessões de trabalho intituladas “Como viver melhor num mundo em mudança”, nos dias 27 de Fevereiro e 20 de Março, no lugar do Tojal, dinamizadas por Bonina Brandão e Ana Maria Braga da Cruz.


A organização destas sessões constituiu um desafio para as equipas do projecto e de dinamização, implicando a reformulação dos materiais de trabalho para se adequarem às experiências, saberes e práticas sociais de um ambiente rural e a reprogramação das sessões para se adequarem a dois momentos diferentes de reflexão:

“Objectos parados, como se os objectos valessem mais do que o uso que nós lhes damos” (Maria de Lourdes Pintasilgo).

“Nós normalmente comemos na cozinha porque temos lareira e comemos perto da lareira, e assim que começamos a ter um pouco mais de dinheiro queremos ter uma casa de jantar e compramos a mesa da casa de jantar, mas como a mesa é só para servir nos dias de festa, então compramos uma toalha bordada que nós já não conseguimos fazer porque não temos tempo – e uma toalha bordada agora lá na aldeia chega a custar 30 contos. Como só serve em tempos e momentos muito especiais, nós naturalmente não queremos estragar a mesa: entre a mesa e a toalha pomos uma flanela e, depois, como não queremos estragar a toalha, por cima da toalha pomos um plástico” (Texto de um grupo de mulheres da Rede na zona de Coimbra publicado na Rede e Nó(s).







No final, foi solicitado a cada participante a realização de um desenho enquanto avaliação das sessões de trabalho. Ficam aqui alguns dos desenhos.


segunda-feira, 21 de março de 2011

3º Workshop na ESE, 18 de Março de 2011

Durante as conversas acerca da comemoração do Dia Internacional das Mulheres que ocorreram neste terceiro workshop realizado dentro da parceria estabelecida com a Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto, foi-se tornando evidente que os avanços conseguidos, nas últimas décadas, a nível mundial e em Portugal, no estatuto social e jurídico das mulheres permitem ofuscar as desigualdades de oportunidades e de tratamento ainda existentes no nosso país. O significado de "ser Pessoa" e a negociação interpessoal no seio das famílias sobre a conciliação de esferas de vida foram o mote para reflexão sobre o que representa "ser Mulher e ser Homem, hoje"!























sexta-feira, 11 de março de 2011

Comemorando o Dia Internacional das Mulheres

À margem das comemorações do Dia Internacional das Mulheres, aconteceu um dos workshops promovidos pela Fundação Cuidar O Futuro, no âmbito do projecto Literacia para a Igualdade de Género e Qualidade de Vida: Lideranças Partilhadas, nomeadamente o primeiro workshop intitulado "Introduzir a Igualdade de Género no Reinventar de Lideranças".

Com este workshop, realizado no dia 9 de Março de 2011, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto em parceria com o Instituto de Sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, deu-se início à reflexão sobre uma das cinco áreas prioritárias da ONU Mulheres, a mais recente Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Género e o Empoderamento das Mulheres: o aumento das mulheres na liderança e na participação pública e política.


Partindo da reflexão sobre como a (des)igualdade de homens e de mulheres se entrecruza com o poder e a liderança, este workshop pretendeu questionar criticamente a sociedade actual, nomeadamente papéis e estereótipos genderizados de liderança, através da metodologia aprendizagem pela conversa (Conversational Learning de Baker, Jensen e Kolb), criando um espaço onde, abrandando e conversando com líderes locais e com pessoas em lugares de tomada de decisão, se promovesse o empoderamento das comunidades e a emergência de práticas sociais inovadoras.