sexta-feira, 17 de junho de 2011

Partilhando Lideranças na Literacia para a Igualdade de Género e Qualidade de Vida

A equipa deste projecto aceitou o desafio colocado pela Comissão Organizadora do I Congresso Internacional "Construir a Paz", da Universidade Fernando Pessoa, para submeter uma comunicação científica sobre alguma temática relacionada com a Paz e sua construção.




Este congresso pretendia constituir uma oportunidade de reflexão entre especialistas e práticos/as de várias áreas de conhecimento que confluíssem na construção da Paz em diferentes domínios da realidade - comunicação e consumo; educação e cidadania; família; género e sexualidade; justiça e crime; trabalho, saúde e bem-estar; política e relações internacionais; saúde; intervenção social e comunitária; mediação ambiental; religião; literatura e música.

Após o questionamento sobre o painel apropriado para apresentar o trabalho que temos vindo a desenvolver: "É a cidadania um projecto viável para a paz universal? O que dizem os teóricos? O que diz a experiência do terreno? E como se fazem cidadãos: bastará a condição humana ‘natural’? O estatuto legal? Ou requer-se todo um processo de socialização nas práticas da cidadania, da casa, à escola, ao trabalho, à comunidade?"; "Qual o papel das diferentes famílias do mundo de hoje para a construção da paz? Que lugar pode ter a sexualidade e o género na temática da paz?"; optámos pela intervenção social e comunitária "temos a convicção de que é imprescindível que surjam novas instâncias de empoderamento na sociedade civil, capazes de viabilizar a prosperidade e a coesão social. Esta tarefa será tanto mais conseguida quanto melhor soubermos construir as alavancas para uma sociedade activa e comprometida". Submetemo-nos, então, ao propósito de "através de um debate aberto e colectivo, cruzar horizontes disciplinares, vivências e expectativas, em torno do fomento de “ambientes de empoderamento” - ambientes capazes de catalisar, com consistência, o compromisso da paz".

Com a comunicação aceite pela diversificada Comissão Científica, aproveitamos a participação neste Congresso Internacional para explicar como temos vindo a "Construir o sentido da Paz", "Partilhando lideranças na literacia para a igualdade de género e qualidade de vida", e contextualizar as opções metodológicas realizadas para os workshops nas referências teóricas que nos têm servido de inspiração, filosóficas: Maria de Lourdes Pintasilgo, Paulo Freire e Rosi Braidotti; e científicas: Ann Baker, Patricia Jensen e David Kolb. Também aproveitámos para abordar a intervisão e a comunicação autêntica como importantes ferramentas de promoção de cidadania e partilha de lideranças em equipas ou redes de trabalho.



segunda-feira, 13 de junho de 2011

Workshop na FLUP, 21 de Junho de 2011


No próximo dia 21 de Junho de 2011, a Fundação Cuidar O Futuro vai realizar, em parceria com o Instituto de Sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (ISFLUP), um workshop Introduzir a Igualdade de Género no Reinventar de Lideranças.


Este workshop destina-se a líderes locais ou pessoas em lugares de tomada de decisão e decorrerá entre as 10:00 e as 17:00, na Sala de Reuniões (junto ao Bar dos Professores) da FLUP, Via Panorâmica, 4150-564 Porto.

Partindo da questão de como o poder e a liderança se entrecruzam com a igualdade de homens e de mulheres, este workshop foi pensado para criar um espaço onde possamos abrandar, reflectir e trocar experiências, através da metodologia Aprendizagem pela Conversa (Conversational Learning de Baker, Jensen e Kolb), conversando para “encontrar novos sentidos” e “deixar emergir novos conhecimentos”, permitindo o desenvolvimento de um olhar crítico sobre a realidade, promotor de práticas inovadoras.

A equipa de dinamização do workshop será constituída por Cláudia Múrias e Raquel Ribeiro do projecto Lideranças Partilhadas.

A inscrição é gratuita, mas sujeita a limite de participantes.

Inscreva-se, enviando um email para liderancas@gmail.com, com a ficha de inscrição preenchida.

Programa do workshop:

10h00 – Recepção dos/as participantes
10h15 – Introdução ao projecto e sua metodologia de trabalho: aprendizagem pela conversa
10h30 – Lideranças a partilhar: Apresentação dos/as participantes e suas experiências
– contextos por onde passei
– como e quando as temáticas da liderança e igualdade de género me começaram a interpelar
– o que espero deste workshop
11h30 – Pausa para café
11h45 – Conversa 1: Reflexão sobre as experiências de liderança a partir de textos de apoio
Primeiro tomar um momento para escrever individualmente, e depois conversar em pequenos grupos a partir das conversas da manhã e dos textos de apoio para responder às questões:
– o que entendo por liderança?
– quais as relações que encontro entre este conceito e o de igualdade de homens e de mulheres?
– quais são os principais desafios/obstáculos quotidianos ao exercício partilhado da liderança?
– que papel têm as minhas práticas na sustentação/transformação destas realidades?
13h00 – Almoço livre
14h00 – Focusgroup 1: interacção gravada em áudio – Conversa em grande grupo (metade dos/as participantes, cadeira vazia) para sistematização das reflexões e ideias partilhadas nas conversas.
14h45 – Focusgroup 2: interacção gravada em áudio – Conversa em grande grupo (restante metade dos/as participantes, cadeira vazia).
15h30 – Conversa 2: Perspectivar os Percursos de Literacia – formular sentidos de transformação do quotidiano com vista ao reinventar de lideranças partilhadas.
16h30 – Avaliação do workshop
17h00 - Encerramento


Documentação distribuída: Livro Reinventar Lideranças; Livro Rede Mulheres 25 Anos Depois; CD-ROM do Caderno de Trabalho (versão inicial) do Projecto Lideranças Partilhadas; Certificado de Participação.



sexta-feira, 10 de junho de 2011

II Oficina Aberta: "Das Políticas às Práticas da Igualdade"‏

As Oficinas Abertas sobre Questões de Género na Sociedade Portuguesa são um projecto da Delegação Regional do Porto da Universidade Aberta e do Centro de Estudos das Migrações e Relações Interculturais (CEMRI).



A segunda sessão, intitulada Das Políticas às Práticas de Igualdade, pretendeu enquadrar a acção desenvolvida pelas associações da sociedade civil na estratégia nacional de promoção da Igualdade, tendo sido organizada com a colaboração do Gabinete da Secretária de Estado da Igualdade, do XVIII Governo Constitucional de Portugal e da Fundação Cuidar O Futuro.



João Pereira apresentou a estratégia nacional, numa comunicação intitulada Políticas Públicas para a Igualdade e Não Discriminação, e Cláudia Múrias apresentou os contributos do projecto de intervenção promovido pela Fundação Cuidar O Futuro na comunicação Lideranças Partilhadas: Percursos de Literacia para a Igualdade de Género e Qualidade de Vida. Fátima Alves (CEMRI) moderou o debate.



Ficam as imagens:







sexta-feira, 3 de junho de 2011

"Percursos de Literacia para a Não Violência" no Seminário Internacional "Amor, Medo e Poder"

"No contexto de um frágil e fragmentado movimento feminista, a violência de género e doméstica em Portugal, evoluiu numa lógica top-down, a partir das recomendações da União Europeia e das Nações Unidas. Este contexto político contribuiu para que os serviços para mulheres vítimas sejam mais um produto do papel do Estado, e do respectivo terceiro sector, e não o resultado das pressões dos movimentos sociais. Uma das principais consequências deste contexto tem sido a ausência de vozes das mulheres vítimas e a sua exclusão das dinâmicas dos movimentos sociais". "Embora Gayatri Spivak tenha questionado a possibilidade de os grupos sociais subalternos terem voz e fazerem-se ouvir, o processo de tomar a palavra e pressionar politicamente são importantes dimensões dos movimentos sociais, assim como da sua agência política. No que respeita a violência doméstica e de género, a participação das mulheres sobreviventes demonstrou-se fundamental para evitar o neocolonialismo e o ventriloquismo de algumas concepções de “ajuda à vítima”.

"Vozes, agência e movimentos sociais são fundamentais para a transformação social, quer na sociedade alargada, quer nas relações íntimas".




Para contribuir para a reflexão acerca das respostas sociais às vítimas de violência doméstica, nomeadamente, através de uma intervisão entre activistas e profissionais que trabalham em casas de abrigo e em centros de atendimento, no sentido do apoio mútuo e da partilha de práticas empoderadoras quer de profissionais e activistas, quer das mulheres vítimas, fomos convidadas a apresentar o trabalho que temos vindo a desenvolver no Lideranças Partilhadas, no Seminário Internacional Amor, Medo e Poder, realizado nos dias 30 e 31 de Maio de 2011, na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, por Maria José Magalhães, Investigadora Principal do projecto, Presidente da Comissão Organizadora do seminário e Presidente da UMAR.




Ficam aqui algumas ideias apresentadas:



"Eu acho que li isto algures, foi dito por uma feminista: ‘eu não quero que as mulheres tenham mais poder do que os homens, eu quero que elas tenham mais poder sobre si próprias e o seu poder de decisão". O tema é mesmo o respeito pela individualidade e pela singularidade de cada um. Se cada um se respeitar a si e conseguir respeitar o outro, o espaço e a diversidade que acompanha os contextos e as vivências de cada um... Acho que, aí, conseguia-se, realmente, alcançar a igualdade de género. O próprio nome indica, igualdade. Não é ser inferior ou superior a ninguém. É estarmos no mesmo patamar sabendo que realmente há diferenças de género. Há! É homem e é mulher. Também foi feito diferente. Mas é lutar pela igualdade, não é ser superior nem inferior”.



“O conhecimento é também uma forma de poder, e poder de transgredir aquilo que está instituído e portanto… e confundimos muito as coisas com a ordem natural, como se fosse assim, ponto final. E pela conversa, nós percebemos que as coisas não são assim ponto final, porque nos fizeram crer que eram assim. E nesse sentido, há aqui uma acção que pode ser libertadora. E falamos muito na questão… do facto da conversa poder estar associada aos sentimentos, o que é que as pessoas sentem nestas partilhas…”



“Essa liderança partilhada seria, justamente, a possibilidade de todos terem voz através de uma negociação, chegar a consensos em que todos ganham… saber lidar com as emoções. Porque saber lidar com as emoções, também é saber impor limites. É saber perceber, conseguir estar no lugar do outro, perceber o que se passa no outro, perceber a visão do outro e o outro tem que perceber que há limites”.











quarta-feira, 1 de junho de 2011

"Das Políticas às Práticas da Igualdade" – II Oficinas Abertas






Realizar-se-á na Delegação da Universidade Aberta (UAb) no Porto , no dia 8 de Junho de 2011, pelas 14h30, mais uma Sessão das Oficinas Abertas sobre “Questões de Género na Sociedade Portuguesa", dedicada ao tema: Das Políticas às Práticas de Igualdade.


A iniciativa destina-se a estudantes, técnicos e técnicos superiores, IPSS, organizações não-governamentais e à sociedade civil em geral.





O encontro pretende articular os diferentes saberes implicados na abordagem da temática, desde os conhecimentos científicos produzidos, ao seu enquadramento pelas políticas públicas, passando pela exploração dos discursos oficiais, sem esquecer as perspectivas dos profissionais e das suas organizações bem como os discursos de não profissionais.

O Projecto Literacia para a Igualdade de Género e Qualidade de Vida: Lideranças Partilhadas será apresentado enquanto exemplo de boas práticas na área da Igualdade e Não Discriminação. A organização desta iniciativa constitui um dos Percursos de Literacia e poderá ser inserido no Trabalho em Rede que a Fundação Cuidar O Futuro tem vindo a realizar no norte do país.






A Oficina será transmitida em directo, via web.


Para informações e inscrições, contacte:

Manuela Pinto 300 001 719 mpinto@univ-ab.pt
Delegação da Universidade Aberta no Porto
Rua do Amial nº 752 , 4200-055 Porto