Ao longo de um intenso dia de trabalho, abordámos várias experiências de liderança em diferentes esferas de vida quotidiana: profissional, familiar, cívica e política e várias experiências de conciliação entre as várias esferas de vida, verificando que, não poucas vezes, a esfera pessoal das mulheres tem sido sacrificada, originando situações de extremo cansaço e até o diagnóstico de algumas depressões.
O exemplo de Maria de Lourdes Pintasilgo surgiu enquanto mentora deste projecto e como a mulher que mais influência social e política teve na sociedade portuguesa dos últimos 40 anos, tendo sido indigitada Primeira-ministra para chefiar o V Governo Constitucional, incumbido de preparar as eleições legislativas, entre Julho de 1979 e Janeiro de 1980, e candidata independente às eleições presidenciais de 1986:
“Quando falo na questão do poder, vou ainda mais longe. É que uma parte integral da acção para uma mudança política – essa mudança que pode tornar as pessoas capazes de outra vida, ao menos com condições mais felizes – é uma redefinição do nosso «eu»: quem sou e como vivo em relação às coisas, aos objectos, em relação ao tempo, em relação ao poder. E nós, mulheres, temos que fazer para nós próprias essa redefinição.” (Pintasilgo, 1982, cit. in Koning, 2005, p. 26).
“O ser humano é um ser de vulnerabilidades, que em numerosas situações o impedem de se erguer para defender os seus direitos. Assim, não bastará acrescentar piedosamente à democracia política a democracia social, económica e cultural. Haverá que construir a democracia simultaneamente sobre a justiça e o cuidado, sobre os direitos e as responsabilidades”. (Pintasilgo, 1982, cit. in Koning, 2005, p. 17).
“O ser humano é um ser de vulnerabilidades, que em numerosas situações o impedem de se erguer para defender os seus direitos. Assim, não bastará acrescentar piedosamente à democracia política a democracia social, económica e cultural. Haverá que construir a democracia simultaneamente sobre a justiça e o cuidado, sobre os direitos e as responsabilidades”. (Pintasilgo, 1982, cit. in Koning, 2005, p. 17).
Sem comentários:
Enviar um comentário